quinta-feira, 3 de maio de 2012

Você já ouviu falar no termo "Cotovelo de Tenista"?"Com certeza pessoas com lessão neste local já...

- Que nada é só dor de cotovelo... Muitos brincam quando geralmente uma pessoa tem dor no cotovelo ou quando querem provocar algum tipo de brincadeira, rsrs....
Mesmo brincando, o assunto é muito sério, a dor existe, popularmente conhecida como “Cotovelo de Tenista", localiza-se na lateral do cotovelo.  Graças a Deus, ciência e médicos, a melhora na qualidade de vida de quem tem esse tipo de lesão vem crescendo muito.
Hoje, como sempre, estive na Clinica Genus, conversando sobre alguns assuntos com Dr. Cássio Telles, chegamos a esse tema,  fui apresentada por ele a uma matéria muito interessante e importante de sua autoria e do  Dr. Luiz Augusto Tavares Jr. Escreveram para Revista Janssen, veículo nacional, que informa a sociedade de maneira geral as descobertas cientificas mais recentes relacionadas à saúde.
Devemos saber que muitos médicos, por certas conveniências, antes de tentar todos os procedimentos, acabam sugerindo ao paciente cirurgia para reparação da lesão (devo ressaltar que não é apenas nesse tipo de lesão e que não são todos profissionais).
Gosto de publicar tudo que acredito ser importante, informar um pouco mais os leigos como eu as boas novidades da medicina, principalmente para pacientes que lutam por muito tempo por melhoras sem muita opção e solução. Esse tipo de paciente acaba optando pela cirurgia um pouco mais cedo que o necessário, por não aguentar mais o processo de dor, tratamentos longos e na maioria dos casos recebem um volume até grande de informações que geralmente são técnicas demais, tornando difícil o entendimento.
A matéria publicada pelos médicos é muito esclarecedora, mesmo contendo termos técnicos, a maior parte  tem expressões populares com uma conclusão muito boa: EXISTE TRATAMENTO PARA ESSE TIPO DE LESSÃO QUE PODE EVITAR A SALA CIRURGICA. Portanto, quem tiver interesse leia com atenção, é um pouco longa, porém fantástica.
Vale lembrar também, que a matéria expõe os tipos de tratamento a ser seguidos, juntamente com o nome das substâncias e medicamentos que podem ser ingeridos para obter melhora no quadro clinico,  o cuidado que deve ser tomado nesse sentido é para não ingerir os mesmos sem avaliação médica e exames complementares.

Tratamento não operatório da epicondilite latral do úmero
  O termo cotovelo do tenista é popularmente conhecido para determinar a dor na região lateral do cotovelo. No final do século XIX, Runge e Major associaram o esporte aos sintomas do cotovelo, sendo nomeado lawn tennis arm e mais recentemente chamado de epicondilite ou tendinite.

            Nos últimos dez anos muito se aprendeu sobre essa patologia. A ausência de células inflamatórias nos tecidos e o achado de hiperplasia vascular e fibroblastos distorcidos com alteração do colágeno levaram alguns autores a descreverem-na como uma tendinose angiofibroblástica.

            Afeta de 1 a 3% da população mundial, geralmente adultos na quarta ou quinta década de vida, sem predileção por sexo, sendo mais comum no membro dominante. Não restrito ao tênis ou outros esportes de raquete, a incidência é variável em outros esportes e ocupações que requerem movimentos repetitivos do antebraço e do punho. 

            A alteração degenerativa primária ocorre no tendão do músculo extensor radial curto do carpo e em 50% dos casos associado ao tendão do extensor comum dos dedos. A tendinose ocorre nas fibras mais superiores e profundas dos tendões.

            A origem da dor na epicondilite lateral é multifatorial. Os sintomas podem ter origem intra ou extra-articular. Inicialmente a hipótese levantada foi de anoxia regional dos tendões com produção de substâncias nocivas. Terminações nevosas livres no tecido de granulação foram identificadas utilizando imunohistoquimica. Análise bioquímica demonstrou que há receptores neuroquinina-1 e substância P na origem dos extensores.

            A queixa mais comum é a dificuldade para segurar objetos.  A dor varia entre leve e moderada. Há períodos de exacerbação por movimentos de extensão ativa do punho ou flexão passiva. Sintomas como dor noturna e impossibilidade para exercer atividades simples podem estar relacionados com casos mais graves nos quais pode haver lesão parcial ou total do tendão.
           
Uma avaliação do paciente com suspeita de epicondilite inclui exame da coluna cervical, ombro, cotovelo e punho. O ponto mais doloroso é localizado a 5mm distal e anterior ao epicôndilo lateral, raramente acompanhado de edema, hiperemia ou calor. Os testes provocativos consistem em realizar uma extensão ativa do punho e dedos sobre resistência.
           
O diagnóstico diferencial principal é com a compressão do nervo interósseo posterior, lesão condral do capítulo e plica posterolateral.
           
A radiografia simples do cotovelo é importante para avaliar alteração articular e calcificação próxima ao epicôndilo lateral. Segundo Nirschl, 20% dos pacientes com calcificação necessitarão de procedimento cirúrgico. A ressonância magnética pode ser solicitada nos casos em que há associação de lesão ligamentar ou lesão dos tendões extensores.
           
Cerca de 80% dos pacientes referem melhora dos sintomas em 01 ano. O tratamento não operatório tem como objetivo reduzir a dor, encurtar o período da patologia e evitar recidivas. A falha desse tratamento leva a um procedimento cirúrgico, reservado para 04 a 11% dos pacientes. O diabetes tem um efeito negativo no resultado cirúrgico.
           
O tratamento não operatório proposto tem como pilar central o controle da dor, seguindo a escada proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Com o controle da dor, são iniciados exercícios isométricos domiciliares de fortalecimento do membro superior.  O uso de órteses é recomendado, porém não há consenso na literatura.
           
A epicondilite lateral é caracterizada por não ter um componente inflamatório.  A melhora dos sintomas com antiinflamatórios não esteroidais (AINES) pode estar relacionada com o efeito analgésico central destes ou por efeito nos tecidos vizinhos.
           
Labelle e Guibert, em um estudo multicêntrico duplo cego randomizado com 129 pacientes, não aconselham o uso de AINES por não haver melhora dos sintomas e por intolerância gastrointestinal ao uso dessas drogas por um período prolongado. Outro estudo randomizado, um curso de 02 semanas de AINES versus placebo não mostrou benefício no tratamento com 04 semanas, 06 meses e 12 meses.  O único estudo que comparou diferentes AINES orais não mostrou diferenças nos grupos de tratamento.
           
A injeção de esteróides mostrou-se mais eficaz que o uso de AINES orais em diversos estudos, apesar de o resultado final ser semelhante em 12 meses. O uso de injeções deve ser evitado como primeiro tratamento por ser um procedimento  invasivo com risco de atrofia de tecido celular subcutâneo e hipopigmentação local da pele.
           
O controle eficaz da dor moderada, segundo a OMS, deve ser realizado com o uso de opióides fracos associados analgésicos e adjuvantes. A analgesia combinada com múltiplos mecanismos de ação tem sido recomendada por diversas organizações e sociedades medicas com o objetivo de aumentar o efeito analgésico, reduzir os efeitos colaterais dose dependentes e promover maior aderência ao tratamento.
           
O analgésico opioide de ação central Tramadol, associado ao analgésico não opióide Paracetamol tem uma farmacocinética complementar em relação a absorção, distribuição e meia vida de eliminação. O alivio da dor com essa combinação mostrou-se mais eficaz do que o tramadol em monoterapia. A combinação de 37,5mg de Tramadol e 325mg de Paracetamol (ULTRACET) é eficaz no alivio da dor aguda, com duração de até 8 horas e rápido inicio de ação.
           
Em relação às reações adversas ao uso do ULTRACET, cerca de 6% apresentam constipação, que pode ser evitada por uma maior ingestão de fibras durante o seu uso. Eventos gastrointestinais são incomuns, 3% apresentam náuseas e diarréia. Outros eventos gástricos como dispepsia e hemorragia digestiva não foram observados.
             
            Temos tido bons resultados com essa associação do Tramadol e Paracetamol, 37,5/325mg para o tratamento não operatório da epicondilite lateral. Os pacientes apresentam melhor controle da dor para a realização dos exercícios domiciliares, que segundo alguns trabalhos, podem reduzir o tempo dos sintomas e evitar recidivas.

            O tratamento cirúrgico é indicado para os casos em que não ha controle eficiente da dor apos 06 a 12 meses de tratamento.

Comentários: Fernanda Braga
Matéria: Dr. Cássio Mauricio Telles e Dr. Luiz Augusto P. Tavares Jr.
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